Conhecida pela sigla LER, a Lesão por Esforço Repetitivo é um problema que tem causado muitos desconfortos a quem acomete. Antigamente, tratava-se de uma patologia que afligia trabalhadores de escritório, escritores e datilógrafos. Entretanto, com um mundo cada vez mais moderno e acelerado, a LER passou a englobar também uma série de funções que anteriormente, não eram sequer consideradas.
De acordo com um levantamento recente, a Lesão por Esforço Repetitivo é, atualmente, considerada como a doença que mais afeta os trabalhadores brasileiros. Apesar de ser frequentemente associada às atividades laborais, a LER não é uma exclusividade do mundo profissional.
Considerando estas informações, atividades de lazer como um simples crochê ou tricô também podem ter os mesmos resultados que horas de datilografia ou que o ato de varrer, por exemplo. Logo, não há uma função em específico que obtenha tal exclusividade. Assim, a LER pode acometer qualquer pessoa, na prática de qualquer atividade, seja ela remunerada ou não, desde que ela se enquadre nos fatores de risco para a doença.
Sabendo disso, é importante saber mais a respeito para então, elaborar estratégias para prevenir e poupar os funcionários. Acompanhe:
Entenda o que é LER
De maneira geral, a Lesão por Esforço Repetitivo já possui um nome autoexplicativo e trata-se de um tipo de lesão resultante de trabalhos ou práticas que levam a pessoa a fazer o mesmo movimento muitas e muitas vezes. Assim, a LER trata-se de uma inflamação que acomete grande parte da população trabalhista.
Dito isso, a LER é uma inflamação de músculos e tendões, oriunda de uma sobrecarga ocasionada sobre eles. A inflamação pode resultar em uma série de perdas para o paciente, podendo chegar desde uma simples fraqueza até a impossibilidade de continuar a fazer alguns movimentos específicos.
Embora seja uma lesão muito comum, ela é tão séria ao ponto de, muitas vezes, incapacitar a pessoa de seguir com suas atividades. Levando em conta que a LER está diretamente ligada à prática de tal atividade, subentende-se que o sujeito tenha a intenção de curar-se para seguir praticando.
Além de ser causada por movimentos repetitivos, outros fatores como a postura e adequação do ambiente como um todo, também contribuem para a presença ou não da doença.
Vale destacar que a LER possui um começo, geralmente, de forma lenta e sutil, abrindo espaço de forma sorrateira para alcançar uma gravidade maior sem que seja notada. Deste modo, quando é percebida, infelizmente, trata-se de um estágio mais grave da patologia.
Como é feito o diagnóstico
De maneira geral, o diagnóstico da LER é feito por um profissional médico inicialmente na anamnese. Ele deve levar em conta todas as queixas do paciente, seu histórico de saúde, questionar sobre atividades específicas e hábitos atuais.
Normalmente, já é possível entender por essa breve entrevista do que se trata. Porém, para que o diagnóstico seja fidedigno, o médico examina fisicamente o paciente.
Alguns movimentos são feitos no membro inflamado para que se possa ter a certeza de qual moléstia está sendo enfrentada. Para fins de identificar grau de inflamação ou ainda tirar maiores dúvidas quanto a gravidade da lesão, alguns exames complementares de imagem podem ser solicitados.
Neste contexto, é importante destacar que nenhum exame irá identificar a LER, porém, eles podem ser muito relevantes para ajudar a traçar o melhor plano de tratamento para o caso em especial.
Sintomas
Normalmente, pessoas acometidas com a lesão por esforço repetitivo apresentam alguns sintomas bastante característicos da doença. Dentre os principais, observam-se:
- Dor e dificuldade para movimentar os membros superiores, incluindo dedos;
- Dor nas costas, lombar;
- Dor nos ombros;
- Formigamento;
- Dificuldade de completar os movimentos como um todo;
- Aumento da temperatura do membro afetado;
- Modificação da sensibilidade do mesmo;
- Diminuição da funcionalidade muscular momentânea.
Todos estes sintomas funcionam como um aviso do corpo, alertando que algo não está certo e que uma inflamação vai ou já está em desenvolvimento. Assim, é indiscutível que, quando se trata de LER, o membro diretamente afetado dará sinais bem claros de que está colapsando. Logo, quão breve sejam percebidos, é preciso recorrer a consulta com um especialista.
Tratamentos disponíveis até o momento
Diante de uma situação em que a lesão já aconteceu, é necessário de atendimento médico para que ele possa indicar as melhores abordagens e os tratamentos mais adequados.
Além do repouso do membro quanto à atividade que gerou a enfermidade que precisa ser feita por determinado período, o profissional da saúde certamente irá indicar outras medidas. O segundo e importantíssimo passo é readequar à atividade, caso seja de interesse do paciente voltar a executá-la.
Organizar o ambiente e os subsídios fornecidos para que continue os movimentos que trouxeram a inflamação é de extrema importância caso a intenção seja não se lesionar novamente.
Com bastante frequência, são também receitados anti-inflamatórios e corticoides. Cabe ao médico identificar qual a melhor opção para cada caso, portanto, nunca se automedique. Além de ineficaz, pode ser perigoso.
Sessões de fisioterapia podem auxiliar em uma recuperação mais rápida, mas elas também devem ser indicadas por um médico competente.
Casos moderados podem indicar algum tipo de imobilização local, enquanto casos mais graves podem necessitar de aplicações intravenosas ou até mesmo de intervenções cirúrgicas para fins de alcançar uma melhora mais rápida.
Como prevenir a lesão por esforço repetitivo?
A principal indicação para que a LER seja evitada é adaptar as atividades para que não haja sobrecarga do trabalhador. Entre pausas de tempos em tempos e modificações específicas de certos hábitos, existem algumas boas dicas para quem deseja manter essa inflamação bem longe, são elas:
- Em trabalhos de digitação, é recomendado que se faça uma pausa de ao menos 10 min a cada 1 hora de trabalho;
- Já em casos onde há a necessidade de ficar sentado por longos períodos, é indicado que o funcionário se levante e movimente-se, preferencialmente incluindo alongamentos de tempos em tempos;
- Manter uma postura ereta é recomendado pelos médicos, sempre observando se a coluna está alinhada, ombros relaxados, se há um apoio adequado para as costas, pés, braços e punhos;
- Preservar a angulação de 90° entre a coluna e as pernas quando estiver sentado, também é uma ótima forma de prevenir a lesão por esforço repetitivo;
- Ajustar a cadeira conforme o biofísico do colaborador também é muito importante para garantir o conforto e evitar possíveis lesões.
Apesar de serem bastante eficientes, estes não são os únicos modos de se prevenir a lesão por esforço repetitivo, porém, se observados e levados em consideração, certamente farão uma diferença bastante significativa para o não desenvolvimento da doença.
Sabendo que a LER pode afastar o funcionário de suas atividades laborais, é importante considerar todos os fatores necessários para se evitar a LER. Portanto, invista em estratégias que promovam a ergonomia e atente-se ao posicionamento dos funcionários ao executar suas funções.