No geral, as doenças ocupacionais são aquelas que acontecem com o passar do tempo (às vezes não muito tempo), pela má condição existente para a execução ou por conta do ambiente precário onde o trabalho é desenvolvido.
Deste modo, conhecer todos os prejuízos que uma atividade profissional pode causar para o corpo humano é um dever de toda empresa. Bem como, se aprofundar em estudos de maneira a adequar a execução do trabalho para que ele, assim, não traga malefícios ao trabalhador.
Em geral, as doenças ocupacionais são situações completamente evitáveis, bastando apenas fazer as adequações ideais para cada tipo de ofício. Vamos descobrir no decorrer deste artigo, quais são as doenças ocupacionais e como preveni-las. Acompanhe!
O que são doenças ocupacionais?
Em poucas palavras, qualquer tipo de lesão oriunda de atividades laborais, sejam pelo excesso do trabalho, falta de equipamentos de segurança ou execução de forma indevida, é denominada como doença ocupacional, sendo regidas pela Lei 8.213/91.
Atualmente, a OMS divulgou dados que apresentaram uma taxa de mortalidade em decorrência a doenças ocupacionais que beira aos 2 milhões de pessoas. Embora sejam números assustadores, podem ser reduzidos com mudanças básicas de rotinas do dia a dia.
Atualmente, já consegue-se inclusive, catalogar algumas das principais doenças que atingem os trabalhadores, como as lesões por movimentos repetitivos, exposição a fatores de risco, identificação de produtos químicos prejudiciais, entre outras.
Logo, hoje é muito mais fácil proteger o funcionário de possíveis danos à sua própria saúde em decorrência do esforço envolvido na execução do trabalho.
Como as doenças ocupacionais são divididas?
Existem diversos tipos de prejuízos causados em decorrência da execução do trabalho diário. Mas, nem todos fazem parte da mesma categoria. Confira abaixo, como as doenças ocupacionais são divididas:
- Doenças por repetição: acontecem pelo excesso da execução do mesmo movimento ou pela sobrecarga ocasionada por uma ação mal executada. Podem ser minimizadas com a adoção de condutas onde a educação dos funcionários ocorra de forma a executarem melhor os movimentos. A inclusão de ginástica laboral e pequenas pausas durante a jornada de trabalho para evitar a sobrecarga, também são ótimas práticas de prevenção.
- Doenças auditivas: encontradas principalmente quando o profissional é exposto ao excesso de barulho de maquinário e/ou ferramentas, tem como principal causa, a falta de uso de EPI. Em algumas vezes, a empresa não fornece, noutras, o funcionário se recusa a utilizar. A diminuição do tempo de exposição, além do uso do equipamento, é um recurso efetivo capaz de diminuir o problema.
- Doenças respiratórias: as doenças ocupacionais respiratórias, também podem ser facilmente atenuadas com a utilização de EPIs adequados e cautelas diárias que incluam ventilação, utilização de exaustores, diminuição de emissão de gases e partículas tóxicas. Vale destacar que a limpeza constante dos ambientes, também colabora bastante para a diminuição da toxicidade do local de trabalho.
- Doenças psicossociais: são ocasionadas pelo estresse do ambiente de trabalho, falta de reconhecimento pelos serviços feitos, assédio, pressão psicológica e até mesmo por sobrecarregar o funcionário. Manter o diálogo entre funcionários e gestores, criando um ambiente seguro para falar sobre o que os incomoda é uma boa forma para evitar o problema.
Principais doenças ocupacionais:
De maneira geral, o rol que engloba todas as doenças ocupacionais é muito extenso. Portanto, selecionamos as mais encontradas para discorrer sobre. Confira a seguir:
Asma Ocupacional
Caracterizada por crises de falta de ar, geralmente são provocadas por excesso de pó, poeira de madeira, grãos, fungos ou até mesmo gases nocivos. Observa-se, em países industriais, que ela corresponde a 20% do número total de asmáticos. Isso significa que 20% do total de pacientes dessa doença, especificamente, não estariam enfermos se os cuidados necessários tivessem sido tomados.
Nesses casos específicos, o investimento em ventilação somado à instalação de exaustores, umidificação e limpeza constante do ambiente, além da utilização correta e constante do EPI fazem toda a diferença.
Antracose Pulmonar
Popular entre as doenças ocupacionais, a antracose pulmonar trata-se de uma lesão no pulmão causada pela aspiração de pequenas partículas de carvão ou poeira. Essas partículas se acumulam dentro do pulmão do trabalhador até que, por fim, resultam em uma fibrose pulmonar.
Geralmente, até chegar nesse estágio, a pessoa não percebe a doença. Quando os sintomas se apresentam, já são muito graves. É o caso da insuficiência respiratória. Ao chegar nesse nível da doença, não há outra opção, senão o afastamento do profissional de suas atividades.
Quando observa-se que o ambiente de trabalho demonstra potencial para desencadear a doença, é indiscutível a necessidade de utilização de máscaras. Indica-se também, nesses casos, que após a jornada de trabalho, uma higienização de mãos, braços e rosto sejam feitas para retirar bem todas as partículas que ainda restarem impregnadas.
Dermatose ocupacional
Por sua vez, a dermatose ocupacional é o nome dado a doença que, por conta das condições laborais, promove, mantém ou agrava condições observadas na pele ou nas mucosas do trabalhador.
A solução perfeita seria abolir o uso de produtos nocivos, mas, como sabe-se que nem sempre isso é possível, a indicação é tentar automatizar essas partes do processo para que o contato com o profissional seja diminuído.
Também se faz necessária a utilização de EPI e o reforço da higiene como parte de um processo de rotina obrigatório.
DORT e LER
DORT, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e LER, Lesão por Esforço Repetitivo, acabam enquadrando-se em categorias muito próximas.
Resumidamente, DORT refere-se a lesões que ocorrem por sobrecarga, que acontecem comumente em escritórios, por exemplo, quando o funcionário passa muito tempo sentado em uma mesma posição, sobrecarregando, dessa forma, a coluna.
LER, por sua vez, abrange lesões que acontecem quando o trabalho é feito pela repetição de movimentos. Pessoas que digitam muito, que martelam, que limpam… todas são exemplos de situações em que o esforço repetitivo pode causar danos.
Em ambas as situações, instituir algumas pequenas mudanças traz grandes resultados. Estipular momentos com ginástica laboral, adequada para cada tipo de trabalho, é uma alternativa bastante interessante. Criar pausas programadas também faz com que o ciclo de sobrecarga ou de repetição seja interrompido.
Vale destacar que investir na ergonomia traz um bom retorno para fins de conservação da saúde do trabalhador e da empresa como um todo.
Surdez temporária ou definitiva
Funcionários que tem seus trabalhos com exposição a ruídos constantes podem perder sua capacidade de audição de forma temporária ou até mesmo definitiva. Isso ocorre principalmente com trabalhadores de obras que utilizam maquinário com emissão de ruídos e atendentes de telemarketing.
Sabe-se também que, atualmente, essa é a doença ocupacional que mais atinge os trabalhadores, sendo responsável por 50% do total de afastamentos. Considerando estes fatos, o ideal é ter um plano de prevenção bem pensado, onde são considerados os equipamentos de proteção individuais e coletivos.
Além disso, a análise dos limites de som e vibração permitidos também é um fator a ser considerado e organizado para que fique dentro dos parâmetros. Afinal, apenas seguindo as normas regulamentadoras é possível chegar a uma situação segura o suficiente para diminuir ou até mesmo, eliminar as principais doenças ocupacionais.
Transtornos mentais
Por fim, e não menos importante, não poderíamos deixar de falar sobre as doenças ocupacionais relacionadas com os transtornos mentais. Neste contexto, se destacam doenças como: depressão, transtorno de personalidade, síndrome de Burnout, alcoolismo dentre alguns outros.
Todos são oriundos de vivências ocorridas por conta de exposição ao estresse, pressão mental, assédio e demais situações do gênero. Portanto, é fundamental cuidar do ambiente de trabalho para que ele seja leve e proporcione o mínimo de bem-estar aos colaboradores, evitando assim, esse tipo de situação.
O que fazer para prevenir as doenças ocupacionais?
Para prevenir definitivamente as doenças ocupacionais, o ideal é que se siga as Normas Regulamentadoras, que indicam de forma bastante precisa os itens necessários para cuidar do bem-estar do funcionário em cada atividade profissional.
Logo, pensar em como tornar a forma de executar cada tarefa de maneira segura, faz parte da obrigação de toda empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Portanto, se você possui uma empresa, invista em equipamentos de segurança, organize campanhas de conscientização sobre a saúde pessoal e sobre os cuidados que cada um deve ter consigo mesmo durante o trabalho.
É importante destacar que considerando tudo isso, ter uma equipe multifatorial que consiga abranger todas as etapas de cuidado que a saúde do colaborador merece, faz a diferença em todos os níveis da relação empregado-empregador. Afinal, quanto mais bem cuidado o profissional está, mais todos saem ganhando.